8.5.24

Sobre Sonata para Surdos, de Frederico Pedreira



«Regressa ao romance, com Sonata para Surdos, uma edição da Relógio D’Água, para aprofundar o jogo biográfico que marca a sua prosa, mas também para esbater ainda mais as fronteiras entre poesia, ficção e ensaios.

Uma narrativa entre Veneza e o Alentejo, entre a teoria e a vida, a criação própria e a alheia. Entrevista com um autor particularmente atento “ao discurso avariado ou quebrado”.


Chama-se Francisco, mas também poderia chamar-se Frederico. Autor e personagem têm muitos pontos em comum e essa tem sido uma das marcas mais fortes da escrita de Frederico Pedreira.

Não porque queria navegar os territórios da autoficção, na qual fidelidade ao vivido é ainda mais forte, mas apenas porque é a partir da biografia que edifica os seus objetos literários, quer sejam poemas, narrativas ou ensaios.

O autor de A Lição do Sonâmbulo sugere até, nesta entrevista ao JL a propósito do seu último romance, Sonata para Surdos, que a memória de certos episódios o remete para outros tempos, outros lugares, mais distantes dos seus, como se recordar abrisse uma porta para outra dimensão.

Em Sonata para Surdos, Frederico Pedreira aproxima-se ainda do que considera ser “um  bicho particular”, o que por outras palavras poderia designar por estilo pessoalíssimo e intransmissível. E a encontrar uma definição para essa voz, ela passaria certamente pela confluência, sobreposição e mistura de géneros, num esbatimento cada vez mais acentuado de fronteiras.» [Luís Ricardo Duarte, JL, 1/5/2024]


Sonata para Surdos e outras obras de Frederico Pedreira estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/frederico-pedreira/

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