No dia 11 de Maio de 1960, agentes da Mossad capturaram Adolf Eichmann nos arredores de Buenos Aires, quando, no final de um dia de trabalho, regressava a casa.
Quem era este homem que levava então uma vida vulgar, mas que se podia vangloriar da morte de milhões de seres humanos?
É o que podemos ver em Eichmann em Jerusalém através do olhar de Hannah Arendt, que assistiu ao julgamento iniciado a 11 de Abril de 1961 em Israel.
O processo durou cerca de quatro meses. Hannah Arendt tinha oferecido os seus serviços à The New Yorker, e, para ela, como judia que tivera de fugir da Alemanha com a ascensão de Hitler ao poder, foi um meio de ajustar contas com o passado. Presenciar o julgamento de Eichmann não foi tanto uma oportunidade de compreender os meandros da alma humana e de indagar a psicologia de um dirigente nazi, mas de lançar um olhar crítico à natureza do regime nacional-socialista.
Arendt assistiu apenas a uma parte do julgamento. Mas os cinco artigos que escreveu para a The New Yorker e seriam publicados em livro suscitaram uma enorme polémica sobre o seu conceito de “banalidade do mal”.
Eichmann em Jerusalém — Uma Reportagem sobre a Banalidade do Mal (tradução de Ana Corrêa da Silva, com Introdução de António Araújo e Miguel Nogueira de Brito) e outras obras de Hannah Arendt estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/hannah-arendt/
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