Na edição de 15 de Dezembro do Público, o Ípsilon apresenta o que os seus críticos consideraram “o melhor da literatura em 2023”. Entre os livros estão cinco títulos editados pela Relógio D’Água.
Na ficção, Helena Vasconcelos destaca Não Tenho Casa se Esta não For a Minha Casa, de Lorrie Moore (trad. Inês Dias):
«Conhecida principalmente pelos seus contos exemplares, a norte-americana cria, neste romance, a figura de um professor confrontado com o passado – a acção passa-se, tanto no séc. XIX como no presente. Uma reflexão sobre o amor filial e romântico ao longo de um doloroso processo de luto.»
E também, Acolher, de Claire Keegan (trad. Marta Mendonça):
«Com poucas palavras e parcas descrições de paisagens (interiores e exteriores), a irlandesa cria situações e ambientes, sentimentos e acções que abarcam um universo de enorme riqueza. Uma menina adoptada, um segredo, a solidão, o amor e o desamor, as perplexidades da infância, num registo minimalista e poético.»
Na não ficção, António Guerreiro seleccionou Pedro Costa — Os Quartos do Cineasta, de Jacques Rancière (trad. Maria João Madeira e Luís Lima):
«Os filmes de Pedro Costa circulam com enorme prestígio nos lugares internacionais mais selectos do cinema contemporâneo. Nessa recepção, tem participado o filósofo Jacques Rancière, que colocou este cineasta no seu panteão. O resultado da sua persistente atenção crítica é este volume de mais de 200 páginas.»
E também Morte e Democracia, de José Gil:
«Ao contrário do que o título sugere, este não é um livro de filosofia política. Atravessa fronteiras disciplinares e instala-se sem pedir permissão a nenhum domínio do saber identificável num campo a que Gil chama “espectrologia política”. Trata-se de indagar as relações que a morte e o desejo de imortalidade estabelecem com o poder político. É um livro que tem no seu horizonte a biopolítica, mas segue por vias muito menos sinalizadas, que vão dar a uma outra forma da “tanatopolítica”.»
Na poesia, Hugo Pinto Santos destaca Os Poemas, de Konstandinos Kavafis (trad. Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis):
«O poeta de Alexandria exprimiu-se em voz secreta, sibilina, como se dissesse entre sombras uma verdade suspensa. O canto oculto do corpo, enleios fugazes, contactos prementes, furtivos, são a presa destes poemas, de um sensualismo contido: “As visões do teu erotismo”, disse-as Kavafis, “meio escondidas”.»
Os livros da Relógio D’Água estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt
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