2.8.23

Sobre Notas para Uma Ficção Suprema, de Wallace Stevens

 



«Em carta de Maio de 1942, Wallace Stevens escrevia à Redacção de “The Cummington Press”: “Ficção Suprema quer dizer Poesia.” Já na carta de Janeiro de 1943, dirigida a Hi Simons, carta profusamente explicativa de várias passagens do poema, afirma a respeito do significado de Supreme Fiction: “devo confessar que ainda não defini Ficção Suprema. Alguém que conhece tão bem as minhas coisas, como você, terá razão em pensar que significa poesia. Eu não digo que não é poesia; eu não sei o que é. A minha próxima tarefa será a de tentar ser um pouco mais preciso sobre este enigma. Tenho evitado fazê-lo porque assim que começo a racionalizar perco a poesia que há na ideia.”

Podemos considerar que esta indefinição é um pouco esbatida numa carta de Março desse mesmo ano dirigida a Gilbert Montague: “Notas para Uma Ficção Suprema foi escrito nos meses de Março e Abril de 1942 (…). Exactamente como lhe chamei, trata-se de um conjunto de Notas. Subjaz a isto a ideia de que faz parte da condição da crença a possibilidade de nos entregarmos (…) a uma declarada ficção.” E acrescenta: “Isto é o mesmo que dizer que nos é possível acreditar em qualquer coisa que sabemos não ser verdade”.» [Do Prefácio de Maria Andresen]


Notas para Uma Ficção Suprema (trad. Maria Andresen e Alexis Levitin) e outras obras de Wallace Stevens estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/wallace-stevens/

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