«O desenho sinuoso da vida de Hannah Arendt torna impossível uma biografia “definitiva”. Aquela que a Relógio D’Água acaba de publicar, da autoria de Samantha Rose Hill — membro do Hannah Arendt Center for Politics and Humanities —, aborda a filósofa judeo-alemã na sua intemporal singularidade. Detendo-se no que lhe foi mais edificante e nas influências que recebeu, o retrato feito esclarece porque Arendt, continua a ser necessária em pleno século XXI. Consciente de que “pensar é em si mesmo perigoso”, ela defendeu em 1958: “O que proponho é muito simples: nada mais do que pensar no que estamos a fazer.” O pensamento não está desligado da experiência. E qualquer pensador deve estar disposto a começar de novo. Hannah Arendt recomeçou várias vezes. Rejeitou o sectarismo das ideologias e não se definiu como feminista, embora defendesse a equidade entre homens e mulheres. […]
A faísca extinguia-se aos poucos, e mesmo assim, depois de enviuvar, em 1970, recebeu duas propostas de casamento, uma delas do poeta W. H. Auden. Com a saúde fragilizada, não deixava de viajar e de fumar. Aos 69 anos, sofreu um ataque cardíaco. “As coisas tinham outro aspeto depois de ela ter olhado para elas”, disse o amigo Hans Jonas. Mal sabia Arendt que o seu olhar, em pleno 2022, estaria (tão) vigente.» [Luciana Leiderfarb, E, Expresso, 14-10-2022]
Hannah Arendt, de Samantha Rose Hill (trad. Margarida Periquito), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/hannah-arendt-uma-biografia/
As obras de Hannah Arendt editadas pela Relógio D’Água estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/hannah-arendt/
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