Isabel Lucas entrevistou Jonathan Franzen a propósito da publicação do seu último livro, Encruzilhadas.
Jonathan Franzen faz um elogio muito particular à obra de Elena Ferrante:
«Queria ver se era capaz de fazer uma coisa mais parecida com o que fez Elena Ferrante, criar alguma coisa apelativa a partir de vidas comuns. Essa é uma coisa incrível criada pelos romances de Ferrante, conhecemos as raparigas e uma delas parece a personagem mais fantástica que irá ter, que vai ser a rainha do universo de tão incrível que é, de depois, muito lentamente, começamos a ver que ela [Lila] só era fantástica se andássemos por aquela rua de Nápoles. É comovente, porque à medida que a experiência de Lenù cresce, Lila vai encolhendo até ficar muito pequena e, de facto, desaparece. Acho que os meus gostos mudaram. Gosto desse tipo de histórias. Ferrante foi capaz de uma revelação com apenas duas personagens. Sim, há os ataques terroristas, o feminismo dos anos 70, há essas coisas, mas aquela é a história de duas pessoas comuns. Li os quatro romances em 12 dias, porque não era capaz de parar. Deu-me coragem para fazer aquilo em que acho que sou melhor, mas levou-me muito tempo a chegar aqui; aprendi mais sobre o que é escrever um romance.» [ípsilon, Público, 29-10-2021]
A Amiga Genial (trad. Margarida Periquito) e outras obras de Elena Ferrante estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/elena-ferrante/
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