27.10.21

Sobre Uma Estranha Amizade, de Maria Filomena Mónica

 



«Finalmente, havia as diferenças políticas, que se foram agravando à medida que o tempo passava. Basta atentar na diferença das suas posições aquando do Ultimato inglês. Eça era, sempre fora, um liberal. Ramalho era alguém que de tal forma odiava a democracia representativa que desde cedo começou a sonhar com um governo liberto de um parlamento, tendo acabado nos braços do Integralismo Lusitano, um movimento que, no caso de alguns dos seus mais importantes ideólogos, viria a aderir ao salazarismo. Em suma, a amizade entre Eça e Ramalho nunca foi simples, porque a Weltanschauung de ambos, isto é, as respectivas visões do mundo, não eram coincidentes. É por isso que a amizade entre eles foi sempre estranha.»


Esta e outras obras de Maria Filomena Mónica estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/maria-filomena-monica/

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