7.7.21

Sobre «A Paixão segundo G. H.», de Clarice Lispector

«A aterradora magnificência de “A Paixão segundo G. H.” colocou o romance entre os mais importantes do século. Pouco antes da sua morte, na sua última visita ao Recife, Clarice disse a um repórter que, de todos os seus livros, era esse que “correspondia melhor à sua exigência como escritora”. A obra inspirou uma gigantesca bibliografia, mas, na época em que foi publicada, parece ter sido quase ignorada.»
[Benjamin Moser, em «Clarice Lispector, Uma Vida»]

«— Tu eras a pessoa mais antiga que eu jamais conheci. Eras a monotonia de meu amor eterno, e eu não sabia. Eu tinha por ti o tédio que sinto nos feriados. O que era? era como a água escorrendo numa fonte de pedra, e os anos demarcados na lisura da pedra, o musgo entreaberto pelo fio d’água correndo, e a nuvem no alto, e o homem amado repousando, e o amor parado, era feriado, e o silêncio no voo dos mosquitos. E o presente disponível. E minha libertação lentamente entediada, a fartura, a fartura do corpo que não pede e não precisa.»

«A Paixão segundo G. H.» e outras obras de Clarice Lispector estão disponíveis em: https://relogiodagua.pt/autor/clarice-lispector/

 

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