A Princesa de Clèves (1678) é a história de uma luta interior entre a razão e o efeito devastador da paixão. Ou, se se preferir, a história do conflito entre a força asfixiante dos costumes e a exuberante espontaneidade dos sentimentos.
Desde o primeiro encontro com o duque de Nemours, por quem se apaixona, até à recusa final desse amor proibido, a senhora de Clèves assiste lucidamente à derrocada de um mundo que a sua virtude em vão tenta conservar.
Precursor do romance de análise psicológica, este texto improvável, fruto da imaginação de uma mulher do século XVII, traz a novidade de transformar a análise e a introspeção em mecanismos de progressão da narrativa, marca que a modernidade em muito lhe fica a dever.
«A Princesa de Clèves e Zayde foram os primeiros romances em que os hábitos das pessoas honestas e as aventuras naturais foram descritos com graciosidade. Antes de Madame de Lafayette, escrevia-se com um estilo empolado coisas pouco verosímeis.» [Voltaire]
«A sua simplicidade real vê-se na sua conceção do amor; para Madame de La Fayette, o amor é um perigo. É o seu postulado. E o que se sente no seu livro é que existe uma constante desconfiança a respeito do amor (o que é o contrário da indiferença).» [Albert Camus]
A Princesa de Clèves (trad. João Moita) está disponível em https://relogiodagua.pt/autor/madame-de-lafayette/