27.5.21

De Os Sonetos, de William Shakespeare

 



«XVIII

Devo comparar‑te a um dia de Verão?

Há em ti mais suavidade e formosura:

Em Maio, a ventania sacode o tenro botão,

E o prazo do Verão bem pouco dura.

Por vezes, o olho do céu brilha abrasador,

E muitas vezes se lhe escurece o tom doirado;

E tudo o que é belo perde o seu fulgor,

Pela sorte ou mutável natura despojado.

Mas teu eterno verão não murchará,

Nem a beleza que possuis irá perder,

Nem a morte de errares em sua sombra se gabará,

Se em versos eternos no tempo vais crescer.

Enquanto homens respirem e olhos possam ver,

Viverão estes versos que te farão viver.»


Os Sonetos (Tradução, Introdução e Notas de António Simões e M. Gomes da Torre) e outras obras de William Shakespeare estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/william-shakespeare/

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