«XVIII
Devo comparar‑te a um dia de Verão?
Há em ti mais suavidade e formosura:
Em Maio, a ventania sacode o tenro botão,
E o prazo do Verão bem pouco dura.
Por vezes, o olho do céu brilha abrasador,
E muitas vezes se lhe escurece o tom doirado;
E tudo o que é belo perde o seu fulgor,
Pela sorte ou mutável natura despojado.
Mas teu eterno verão não murchará,
Nem a beleza que possuis irá perder,
Nem a morte de errares em sua sombra se gabará,
Se em versos eternos no tempo vais crescer.
Enquanto homens respirem e olhos possam ver,
Viverão estes versos que te farão viver.»
Os Sonetos (Tradução, Introdução e Notas de António Simões e M. Gomes da Torre) e outras obras de William Shakespeare estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/william-shakespeare/
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