«Tão autêntica é a experiência poética (sublinhar este adjectivo é imprescindível para não confundir posturas vitais, mais ou menos atraentes, com a projecção artística das mesmas) cósmica, mística, visionária ou metafísica de Eduardo Moga, Diego Doncel, Antonio Lucas e Jordi Doce, como a percepção da quotidianidade nas suas contradições ou com intenções claramente políticas de Jesús Urceloy, Antonio Orihuela e Enrique Falcón. Ou como a de encarar este mundo quotidiano do lado de dentro, procurando nos seus matizes solitários, na sua ternura, na sua ironia profunda, no seu simbolismo implícito ou na sua melancolia, tal como o fazem José Mateos, Abel Feu, Enrique García-Máiquez, Eduardo García e Marcos Tramón. Tão verdadeira como a de confrontar-se nos versos com a realidade entediante e cinzenta, a degradação da paisagem, o desespero carcerário, a marginalidade das drogas de Juan Miguel López, Alfonso Barrocal, David González e Violeta C. Rangel. Ou a de abordar o amor a partir das suas razões morais, do seu arrebatamento de raiz clássica, das suas pequenas contradições de Luiz Muñoz, Juan Antonio González Iglésias e Silvia Ugidos. Ou a de falar da história com a única arma da ficção de José Luiz Rey. E noutra ordem de leitura, tão autêntico é o tom dilacerado de José Luiz Piquero e Jesús Llorente como o equilíbrio emocional de Carlos Martínez Aguirre e de Toni Montesinos Gilbert; igualmente autêntico é o jogo verbal de M.ª Eloy-García, o gosto pela ironia de Paulino Lorenzo, o exercício de depuração de Marcos Canteli, Ana Merino e Antonio Martiín, o domínio extraordinário da elipse de Pablo García Casado... Com estes 30 poetas autênticos poderiam reunir-se quase 30 antologias de tendência.» [Do posfácio de José Ángel Cilleruelo]
Poesia Espanhola, Anos 90, com tradução de Joaquim Manuel Magalhães, está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/poesia-espanhola-anos-90/
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