«À Ponte de Brooklyn
Em quantas madrugadas, arrefecidas pelo repouso ondulante,
As asas da gaivota hão-de imergi-la e voar em seu redor,
Espalhando anéis brancos de tumulto, erigindo bem no alto
Sobre as águas agrilhoadas da baía a liberdade —
Então, numa curva inviolada, deixarão os nossos olhos
Tão espectrais como veleiros que cruzam
Uma página cheia de parcelas a arquivar;
— Até que os elevadores nos libertem do nosso dia...
Sonho com cinemas, truques panorâmicos
Com multidões debruçadas sobre uma cena fulgurante
Jamais revelada, mas passada de novo à pressa,
A outros olhos prometida sobre o mesmo écran;
E TU, por cima do porto, ao ritmo da prata
Como se o sol te imitasse, embora deixasse
Um gesto nunca acabado no teu rasto, —
Implicitamente ficas com a tua liberdade! […]» [p. 17]
A Ponte, de Hart Crane (trad. Maria de Lourdes Guimarães), está disponível em https://relogiodagua.pt/produto/a-ponte/
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