«Escrevo ainda sobre
[A] Chama, o livro póstumo de Leonard Cohen (1934-2016). Muita gente nunca terá tido a noção exacta, mas este canadiano de origem judaica não foi só um cantor extraordinário. É também um grande poeta do amor e do desespero. Além de dois romances, publicou quinze colectâneas de poemas. “Escrever era a sua razão de ser”, lembra o filho, Adam, que editou o livro e assina o prefácio. Chama é um testamento: o volume colige poemas, desenhos, auto-retratos corrosivos, canções, versos dispersos, entradas de diário, fac-símiles e o discurso de aceitação do Prémio Príncipe das Astúrias, que recebeu em 2011. Existe índice de poemas e letras. À laia de apêndice, os versos originais estão agrupados a partir da página 301. Poeta, escreveu versos que ficaram gravados na nossa memória: “Tive de enlouquecer para te amar / Tive de descer até ao abismo […] Tive de ser pessoas que odiava / Tive mesmo de não ser ninguém.” Sim, a voz, inconfundível, faz falta. Mas só faz falta porque não nos esquecemos. Cinco estrelas. Publicou a Relógio d’Água.»
[Eduardo Pitta, http://daliteratura.blogspot.com/2019/08/lima-cohen.html]
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