«Escritos em tempos diferentes, os nove contos deste livro (dois inéditos; os restantes “agora revistos” pelo autor) transportam.-nos para uma mesma atmosfera onírica, de uma visceralidade crua, com apontamentos de uma energia malsã. Estamos muito longe das narrações lineares, inspiradas na banalidade da vida quotidiana e em fórmulas repetidas à exaustão, com que a maior parte dos ficcionistas contemporâneos enxameiam as livrarias. Para Jaime Rocha, a ficção não se distingue da poesia. Ambos são territórios em que o real se desconjunta, abre fendas, revela paisagens insuspeitas, alucinações fulgurantes, matérias mais próximas do indizível do que daquilo que se pode nomear. Ao colocar-se no fio da navalha, avançando frase a frase como o funâmbulo sobre o abismo, ele provoca um enorme desconforto no leitor, uma instabilidade radical, mas também a possibilidade do assombro.» [José Mário Silva, E, Expresso, 6/7/2019]
Esta e outras obras de Jaime Rocha estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/jaime-rocha/
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