Sugestão de leitura do Observador para este Verão
«O Doente Inglês, do autor srilanquês Michael Ondaatje, está longe de ser uma novidade literária. Contudo, dois acontecimentos recentes servem de desculpa para ler este clássico da literatura de língua inglesa, talvez mais famoso pela adaptação cinematográfica de meados dos anos 90 do que por outra razão qualquer.
Em 2018, o Man Booker Prize, o mais importantes prémio de literatura em inglês, celebrou o seu 50º aniversário. Para assinalar a data, criou-se o Golden Man Booker Prize, um galardão para premiar o melhor romance das últimas cinco décadas de Booker. A escolha dos leitores recaiu sobre O Doente Inglês, que recebeu o prémio em 1992, quando foi originalmente publicado. A editora Relógio d’Água aproveitou a oportunidade para lançar uma nova edição do romance em português. Esta saiu cerca de meio ano depois da atribuição do Man Booker, em março deste ano, com tradução de Ana Luísa Faria.
E qual é a história deste Doente Inglês, tão adorado pelos leitores de língua inglesa? O romance passa-se no final da Segunda Guerra Mundial, em Itália. Numa vila transformada em hospital e posteriormente abandonada, um aviador inglês com o corpo totalmente queimado e sem memória de quem é e uma jovem enfermeira canadiana que escolheu ficar ao seu lado quando todo o pessoal médico partiu, tentam sobreviver. A este par pouco provável juntam-se depois um ladrão sem polegares chamado Caravaggio e um sikh ao serviço do exército britânico que trabalha na desativação de minas. À medida que a história avança, as personagens, isoladas numa vila decrépita que parece ter sido esquecida pelo mundo, vão revelando um pouco de si — os seus segredos mais íntimos, as suas histórias mais tristes, e como acabaram envolvidos numa guerra que lhes é alheia e num país estrangeiro.» [Rita Cipriano, Observador, 13/7/2019]
De Michael Ondaatje, a Relógio D’Água publicou também o último romance, A Luz da Guerra, e editará em breve A Mesa dos Gatos-Pingados, inédito em Portugal.
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