31.5.19

Sobre O Retrato de Dorian Gray , de Oscar Wilde




O Retrato de Dorian Gray foi publicado em 1891 e depressa se tornou a obra mais conhecida de Oscar Wilde. O romance celebra o esteticismo, assume os seus riscos e aborda pela primeira vez o tema da homossexualidade na literatura inglesa.
Oscar Wilde afirmaria que «Basil Hallward é aquilo que eu penso de mim; Lord Henry, o que o mundo pensa de mim; e Dorian é o que eu gostaria de ser noutra época, talvez».

Mas, paradoxalmente, ele próprio criticou as interpretações autobiográficas do seu livro, pois considerava que era tudo menos uma imitação da vida.

Sobre O Alienista e Outros Contos, de Machado de Assis




Machado de Assis escreveu cerca de duzentos contos. Esta antologia reúne aqueles que consideramos os vinte melhores.
Além da quase novela «O Alienista», escolheram-se contos tão notáveis como «Missa do Galo», «Noite de Almirante» e «Uns Braços».
O autor de Memórias Póstumas de Brás Cubas passeia pelos bairros do Rio de Janeiro, criando personagens que compõem uma gama variada de histórias em termos de cenários, caracteres, temas e estilos. 
Machado de Assis confirma assim a sua capacidade de observador e crítico das paixões, grandezas e misérias humanas, analisadas com irónico distanciamento.

Os contos estão ordenados cronologicamente, o que permite acompanhar a evolução do autor.

Steven Pinker em Portugal






Amanhã, 1 de Junho, o psicólogo e linguista Steven Pinker, de quem a Relógio D’Água publicou Os Anjos Bons da Nossa Natureza, participará, com Michael Sandel, na conferência Ética, Valores e Política, às 16:30, no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.

Feira do Livro de Lisboa: 2 de Junho de 2019



Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 2 de Junho de 2019



O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald
As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain
O Homem Que Confundiu a Mulher com Um Chapéu, de Oliver Sacks
O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
A Descoberta do Mundo, de Clarice Lispector
História de Quem Vai e de Quem Fica, de Elena Ferrante
A Sonata de Kreutzer, de Lev Tolstoi
Orgulho e Preconceito, de Jane Austen

Feira do Livro de Lisboa: Preço Especial — 2 de Junho de 2019



Pais e Filhos, de Ivan Turguéniev
O Principezinho, de Antoine de Saint-Exupéry
A Origem do Homem e a Selecção Sexual, de Charles Darwin
Gratidão, de Oliver Sacks
O Delfim, de José Cardoso Pires
O Coração É Um Caçador Solitário, de Carson McCullers
Os Demónios, de Fiódor Dostoievski

Guerra e Paz, vols. I e II, de Lev Tolstoi

Sobre A Maçã no Escuro, de Clarice Lispector




A Maçã no Escuro (1961) foi o primeiro dos três romances publicados por Clarice Lispector nos anos sessenta. Em 1964 surgiria A Paixão segundo G. H. e, em 1969, Uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, onde abandona as noções tradicionais do género.
Foi no decurso de uma estada em Torquay, em Inglaterra, que Clarice Lispector começou a tomar notas para aquele que seria o mais longo dos seus livros, só terminado em Washington, em 1956. Durante a escrita das numerosas versões de A Maçã no Escuro, a autora ouviu até à exaustão a Quarta Sinfonia de Brahms, número que se exprime no livro como símbolo do mundo criado e de vida.
É um romance de iniciação, através da busca individual de Martim, que, pensando ter cometido um crime, se refugia num hotel e depois numa fazenda. Deslumbrante e psicologicamente denso, este livro tem as marcas mais pessoais da autora, pois nele tudo se relaciona numa criação que é ao mesmo tempo narrativa e exercício espiritual.

Esta e outras obras de Clarice Lispector disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/clarice-lispector/

Carlos Pessoa e Sandra Barão Nobre na Feira do Livro de Lisboa





Na praça da Relógio D’Água na Feira do Livro de Lisboa, domingo, dia 2 de Junho, às 16h, num debate orientado pelo jornalista Vítor Quelhas, Carlos Pessoa (de quem a Relógio D’Água acaba de editar Açores — O Canto das Ilhas) falará com Sandra Barão Nobre, autora de Uma Volta ao Mundo com Leitores, sobre o tema Viagens e Turismo: Descubra as Diferenças.
Às 17h, Carlos Pessoa e Sandra Barão Nobre estarão presentes para uma sessão de autógrafos.

Feira do Livro de Lisboa: Actividades na Praça da Relógio D'Água: 1 de Junho de 2019





Às 16h, José Gil, António Barreto e Rui Tavares falarão sobre Nacional-Populismos e Ameaças Ditatoriais na UE, num debate moderado por Luís Caetano.




Às 18:00, José Gil estará na praça da Relógio D’Água na Feira do Livro de Lisboa para autografar Caos e Ritmo, Poderes da Pintura; Pulsações; Portugal, Hoje — O Medo de Existir; e outras obras.


Às 18:00, Hélia Correia estará na praça da Relógio D’Água na Feira do Livro de Lisboa para autografar Um Bailarino na Batalha, Adoecer; A Terceira Miséria; Vinte Degraus e Outros Contos; e outras obras.

Feira do Livro de Lisboa: 31 de Maio de 2019



Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 31 de Maio de 2019



Orlando, de Virginia Woolf
O Jardim Secreto, de Frances Hodgson Burnett
A Viagem do Beagle, de Charles Darwin
Canções — Vols. I e II, de Bob Dylan
Canções Mexicanas, de Gonçalo M. Tavares
Pela Estrada Fora, de Jack Kerouac
Os Três Estigmas de Palmer Eldritch, de Philip K. Dick
Crime e Castigo, de Fiódor Dostoievski


Feira do Livro de Lisboa: Preço Especial — 31 de Maio de 2019



Inverno no Próximo Oriente, de Annemarie Schwarzenbach
O Vento nos Salgueiros, de Kenneth Grahame
Sobre o Poder, de Byung-Chul Han
Um Quarto só para Si, de Virginia Woolf
Fanny Owen, de Agustina Bessa-Luís
Mataram a Cotovia, de Harper Lee
Anna Karénina, de Lev Tolstoi

Infância, Adolescência, Juventude, de Lev Tolstoi

30.5.19

Sobre John Banville




John Banville é um dos autores celebrados na próxima Noite da Literatura Europeia, que acontece em Lisboa, em vários espaços ao longo da colina de Santana, no dia 8 de Junho. Mais informação sobre a Noite da Literatura Europeia aqui.

De John Banville a Relógio D’Água editou Mrs. Osmond e Retalhos do Tempo.

Sobre Na América, disse Jonathan, de Gonçalo M. Tavares




«É desconcertante ter um registo on the road de Gonçalo M. Tavares, mais associado à digressão mental. Na América, disse Jonathan (Relógio D'Água, 110 págs., €15) apresenta-se como uma viagem real do autor (que até se mostra fotografado na estrada vazia) entre a Califórnia e a Florida. Aparentemente, percorrem-se os marcos todos – Death Valley, Venice Beach, Yellowstone, Las Vegas... Mas este “diário-ficção” está cheio de reflexões existencialistas e de “estranheza”, induzidas quer pelas opiniões veementes do tal Jonathan (compagnon de route sobre quem o autor assume dúvidas sobre a sua existência) quer pelo “projeto Kafka”: Gonçalo levou consigo um retrato do autor checo, elemento fantasmático a questionar o mundo em que vivemos, porque “imagem é presença”.» [Sílvia Souto Cunha, “11 livros para (re)descobrir na Feira do Livro”, Visão, 29/05/19]


Esta e outras obras de Gonçalo M. Tavares disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/goncalo-m-tavares/ e na Feira do Livro de Lisboa.

Feira do Livro de Lisboa: Livros do Dia — 30 de Maio de 2019




Vinte Mil Léguas Submarinas, de Jules Verne
As Aventuras de Tom Sawyer, de Mark Twain
Sobre Arte, Técnica, Linguagem e Política, de Walter Benjamin
De Olhos Abertos, de Marguerite Yourcenar
Romeu e Julieta, de William Shakespeare
Crónicas do Mal de Amor, de Elena Ferrante

O Banqueiro Anarquista, de Fernando Pessoa

Feira do Livro de Lisboa: Preço Especial — 30 de Maio de 2019




O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë
As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain
Tao Te King, de Lao Tse
A Conquista da Felicidade, de Bertrand Russell
A Sibila, de Agustina Bessa-Luís
Relatório Minoritário e Outros Contos, de Philip K. Dick

Sensibilidade e Bom Senso, de Jane Austen

Relógio D’Água na Feira do Livro do Lisboa: Debates, Autógrafos e Música




Este ano a Relógio D’Água participa na Feira do Livro de Lisboa, de 29 de Maio a 16 de Junho, com uma praça no topo do Parque Eduardo VII.
Haverá desconto de pelo menos 40 % sobre o PVP nos Livros do Dia e de 30 % no Preço Especial, além da participação na Hora H.
Na praça da Relógio D’Água, além das habituais sessões de autógrafos, realizam-se Debates, Leituras e Actuações Musicais.
Sábado, dia 1 de Junho, às 16h, José Gil, António Barreto e Rui Tavares falarão sobre Nacional-Populismos e Ameaças Ditatoriais na UE, num debate moderado por Luís Caetano.
No domingo, dia 2 de Junho, às 16h, num debate orientado pelo jornalista Vítor Quelhas, Carlos Pessoa (de quem a Relógio D’Água acaba de editar Açores — O Canto das Ilhas) falará com Sandra Barão Nobre, autora de Uma Volta ao Mundo com Leitores, sobre o tema “Viagens e Turismo: Descubra as Diferenças”.
Sábado, dia 8 de Junho, às 16h, há uma primeira actuação musical, com Luís Cunha no trompete e João Espadinha na guitarra.
No domingo, dia 9 de Junho, às 18h, serão feitas leituras de poesia, por Jaime Rocha, Margarida Vale de Gato e Ana Luísa Amaral.



Dia 10 de Junho, segunda-feira, às 16h, Mário Figueiredo, Cláudia Antunes e Ana Paiva debaterão sobre a Inteligência Artificial: A Situação Actual e a Corrida entre os EUA e a China.
Dia 13 de Junho, quinta-feira, às 16h, haverá nova actuação musical.
As sessões de autógrafos serão dia 1 de Junho, sábado, às 18h, com José Gil e Hélia Correia; domingo, 2 de Junho, às 17h, com Carlos Pessoa e Sandra Barão Nobre, e às 18h com Ana Margarida de Carvalho, Gonçalo M. Tavares e Alexandre Andrade; sábado, 8 de Junho, às 18h, com António Barreto; segunda-feira, 10 de Junho, às 18h, com António Barreto e Gonçalo M. Tavares; quinta-feira, 13 de Junho, às 18h, com Cristina Carvalho; e sábado, 15 de Junho, às 16h, com vários autores, entre os quais José Gil, António Barreto, Alexandre Andrade ou H. G. Cancela.



Entre as novidades que estarão na Feira do Livro, contam-se, entre outras, Trajectos Filosóficos, de José Gil; Kudos, de Rachel Cusk; Nana, de Zola; Os Três Mosqueteiros, de Dumas; Ver Uma Mulher, de Schwarzenbach; A Cortina da Senhora Lugton, de Virginia Woolf; Histórias Falsas, de Gonçalo M. Tavares; o romance gráfico ilustrado por Fred Fordham baseado em Mataram a Cotovia, de Harper Lee; e As Superpotências da Inteligência Artificial, de Kai-Fu Lee.

Com os melhores cumprimentos,
Relógio D’Água Editores



Sobre Viagem ao Centro da Terra, de Jules Verne




Numa casa do velho bairro de Hamburgo, Axel, um jovem tímido, trabalha com o seu tio, o irascível professor Lidenbrock, geólogo e mineralogista. A sua vida é tranquila apesar da paixão que sente pela encantadora Graüben, a pupila do seu mestre.
Mas a situação altera-se quando, num velho manuscrito, Lidenbrock encontra um criptograma.
Arne Saknussemm, um famoso sábio islandês do século xvi, revela nesse manuscrito que através da cratera de um vulcão extinto da Islândia, o Sneffels, penetrou outrora até ao centro da Terra.

Entusiasmado, Lidenbrock decide partir imediatamente com Axel para a Islândia, onde, acompanhados pelo guia Hans, tão fleumático como Lidenbrock é agitado, penetra nas misteriosas profundezas do vulcão.

29.5.19

Sobre A Morte de Virgílio, de Hermann Broch




A Morte de Virgílio é um dos maiores romances do século xx, uma vasta meditação lírica que exprime inquietação sobre a morte, o sentido da vida e a possibilidade de conhecer o mundo.
Construído com um monólogo interior em que se entrecruzam tempos e espaços, o livro tem um estilo em ruptura com as normas narrativas tradicionais. 
Foi a própria morte do poeta Virgílio que serviu de ponto de partida à elaboração desta obra de concepção sinfónica. Virgílio morreu aos 51 anos, em Brindisi, a 21 de Setembro do ano 19 a. C., no regresso de uma viagem à Grécia, onde contraíra malária. Desiludido com o seu tempo, quis, no decurso dos seus últimos dias, destruir o manuscrito da Eneida.
O livro começa com a chegada da frota romana ao porto de Brindisi, levando consigo o poeta já moribundo, enquanto em terra se preparam os festejos que hão-de acolher o imperador.

«A Morte de Virgílio, uma das obras maiores do nosso tempo, tenta vitalizar a linguagem através da lógica contrapontística e das simultaneidades dinâmicas da música. Mais radicalmente do que Joyce, Broch subverte a organização temporal e a progressão linear sobre as quais a ficção em prosa habitualmente se constrói. O seu estilo tem um sortilégio inquietante. (…) A escrita contemporânea ainda mal começou a explorar as sugestões de Broch.» [George Steiner, em Literatura e Pós-História]


De Hermann Broch a Relógio D’Água editou também Os Sonâmbulos. Os livros estão disponíveis aqui: https://relogiodagua.pt/autor/hermann-broch/

Livros do Dia e Preços Especiais na Feira do Livro de Lisboa: 29 de Maio de 2019


Hoje, os Livros do Dia da Relógio D’Água na Feira do Livro de Lisboa, 29 de Maio, dia inaugural da Feira do Livro de Lisboa, são:



A Volta ao Mundo em 80 Dias, de Jules Verne
As Viagens de Gulliver, de Jonathan Swift
Musicofilia, de Oliver Sacks
Pensamentos, de Oscar Wilde 
Antologia Poética, de Fernando Pessoa
Lincoln no Bardo, de George Saunders
Contos I, de Tchékhov
O Jogador, de Fiódor Dostoievski


Hoje os livros com Preço Especial na praça da Relógio D’Água na Feira do Livro de Lisboa são:



A Abadia de Northanger, de Jane Austen
Mary Poppins, de P. L. Travers
George Steiner em The New Yorker, de George Steiner
Da Natureza das Coisas, de Lucrécio
A Paixão segundo G. H., de Clarice Lispector
Crónica de Um Vendedor de Sangue, de Yu Hua
Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

A Morte de Ivan Iliitch, de Lev Tolstoi

Sessões de Autógrafos na Praça da Relógio D'Água na Feira do Livro de Lisboa 2019




Este ano a Relógio D’Água participa na Feira do Livro de Lisboa, de 29 de Maio a 16 de Junho, com uma praça no topo do Parque Eduardo VII (pavilhões C106, C108, D 107, D109, D111, D113, D115 e D117).

Haverá desconto de 40 % sobre o PVP nos Livros do Dia e um desconto de 30 % sobre o PVP nos de Preço Especial, além da participação na Hora H.

Teremos também sessões de autógrafos com José Gil, António Barreto, Gonçalo M. Tavares, Hélia Correia, Alexandre Andrade, Ana Margarida de Carvalho, Cristina Carvalho, H. G. Cancela, Carlos Pessoa e Sandra Barão Nobre.

Sore O Susto, de Agustina Bessa-Luís




«Teixeira de Pascoaes: vida, morte e família, segundo Agustina

Em 1958, Agustina Bessa-Luís publicou O Susto. O livro pode ser descrito como uma biografia de Teixeira de Pascoaes, falecido seis anos antes, que responde no romance pelo nome de José Midões. O poeta, a família, os que dela dependiam e os seus amigos aparecem com os seus nomes mudados. Através desta simples alteração dos nomes, Agustina passa da biografia ao romance, ou seja, cava para si um espaço de liberdade criativa, que é próprio da ficção. As suas interpretações deixam de estar amarradas à realidade. A necessidade de contar, tal e qual, como se passaram as coisas e como eram as suas personagens na vida real deixa de existir. Da mesma forma, desaparece a necessidade de se fazer prova do que se diz. Por isso, pode dizer-se que a biografia deixa de fazer parte da história, para entrar no domínio mais propriamente literário. Trata-se, pois, de uma biografia romanceada. Perturbante, diga-se desde já. Que não corresponderá, propriamente, ao que foi a vida de Pascoaes. Mas que, por paradoxal que pareça, adquire uma força explicativa porventura maior do que se Agustina se tivesse limitado a escrever a biografia de Pascoaes. […]
Reconheça-se que, sem as notas do prefácio [de António Feijó], não teria ido ler a troca de cartas entre Agustina e o irmão de Teixeira de Pascoaes, publicadas no “Suplemento Literário” do Jornal de Notícias, em 15 e 22 de Janeiro de 1959. João Teixeira de Vasconcelos, chamado Cipriano no livro em causa, sentindo-se agravado com tantas distorções saiu em defesa do defunto irmão e da sua família, escrevendo que o verdadeiro susto fora ele que o sentira frente a quem ousara tocar na “figura agigantada do Pascoaes”.  

Ao que Agustina respondeu uma semana depois, numa prosa tão suculenta, quanto truculenta: “Quando ouvir que alguém detracta os seus e insinua misérias dos que lhe são caros, na sua presença, assente-lhe duas bordoadas e arrume o caso assim. Ao mesmo tempo que limpa uma mancha, pode castigar um mentiroso. Mas com as figuras mentirosas dos meus livros não se meta, nem que se trate do leão da Nemeia, do touro de Creta, das hidras múltiplas de não sei que terra; às vezes eu própria estou por baixo da pele desses animais, e arranho, e escorneio, e lanço veneno. Isso é comigo e com todo o mundo. Consigo e com a causa de Pascoaes, em particular, nunca é” (JN, 22-1-1959).» [Diogo Ramada Curto, Expresso, 24/5/19]

27.5.19

Norberto Morais em entrevista e pré-publicação no JL, a propósito de A Balada do Medo, a publicar em breve na Relógio D’Água





«Na sua terra, é conhecido por Cornélio Santos Dias de Pentecostes, mas no resto do país e no estrangeiro apresenta-se com outros nomes, outras vidas. O protagonista do novo romance de Norberto Morais, A Balada do Medo [a publicar em breve na Relógio D’Água], é um caixeiro-viajante, mulherengo e feliz. Até ao dia em que a morte lhe aparece sob a forma de um sicário. Com um mês de vida — é essa a ameaça — terá de se confrontar com a realidade. Visto com os olhos de um condenado, a sua existência não é afinal tão encantadora, nem simples, nem feliz. Fazendo jus à sua formação em Psicologia, o escritor mergulha numa mente cada vez mais inquieta. Ao contrário dos dois romances anteriores, centrou-se intencionalmente numa única personagem. Talvez tenha perdido em diversidade, mas na sua opinião esta pesquisa humana e literária compensou largamente. Para sobreviver, Cornélio Santos tem de pagar cem cádos (tudo se passa numa geografia imaginária) por dia. E de descobrir quem o quer matar.
[…]
— O argumento, na verdade, assenta na luta contra a morte.
— Exatamente. O livro tem como protagonista um caixeiro-viajante com múltiplas vidas. Em cada cidade por onde passa é uma pessoa diferente. Sem nunca ser ele próprio, acaba também por nunca saber quem verdadeiramente é. Na sua opinião, leva uma vida normal, com mulher e quatro filhos e muitos casos espalhados pelas suas viagens. Um dia, porém, é confrontado com uma sentença de morte. A partir daí, tudo lhe cai em cima.

— O romance passa-se numa geografia pouco precisa. Porquê?

— Tem sido assim desde o meu primeiro romance. Criei uma espécie de sexto continente, uma América Latina só minha. Para quem conhece essa região, a sua geografia e história, é fácil encontrar paralelismos com esse meu continente literário. Mas há diferenças, misturas, conhecimento que vem só dos livros e da imaginação.» [JL, 22/05/2019]

Sobre Diário de Oaxaca, de Oliver Sacks




Oliver Sacks é conhecido como um explorador da mente humana — um neurologista que analisa casos raros e complexos. No entanto, Sacks é também membro da American Fern Society, revelando desde a sua infância um fascínio por plantas primitivas e pela sua adaptação a climas diferentes.
Em Diário de Oaxaca, Sacks conta-nos a viagem que realizou com alguns colegas da American Fern Society a Oaxaca, uma província no México. Este livro junta a paixão de Sacks pela história natural e a riqueza da cultura humana com o seu olhar atento ao pormenor. Diário de Oaxaca é uma evocação de um lugar, das suas plantas, do seu povo e de todas as suas maravilhas.

«Fácil de compreender, sem o peso de uma vasta pesquisa enciclopédica mas recheado de erudição.» [The New Yorker]

«Como todos os bons diários, tem uma relação imediata com o leitor… este livro é um prazer raro.» [The Globe and Mail (Toronto)]

«Diário de Oaxaca aumentou o meu desejo de visitar o México, como só a melhor escrita sobre viagens o faz.» [Providence Journal]

Esta e outras obras de Oliver Sacks estão disponíveis em https://relogiodagua.pt/autor/oliver-sacks/

Sobre Pintado com o Pé, de Djaimilia Pereira de Almeida




Carlos Vaz Marques falou sobre «Pintado com o Pé», de Djaimilia Pereira de Almeida, no programa Livro do Dia de 22 de Maio, na TSF. O programa pode ser ouvido aqui.

Sobre Kudos, de Rachel Cusk




«O exercício de ler este livro de lápis na mão é, por sua vez, um desafio à contenção. Os pensamentos e as conversas das personagens que o povoam — as pessoas com que Faye se vai cruzando e que ouve como um terapeuta num consultório, sem espaço para muitas conversas, mas capaz de suscitar a auto-reflexão — são um manancial ambicioso para abordar mais do que a literatura: a vida. Essas pessoas estão todas em momentos de falha ou de superação de falha. Como ela. Uma falha pessoal, criativa, política. Como o momento histórico de que Cusk não se desvia. E em tudo, na mais elevada discussão literária ou política como na descrição de um ambiente doméstico, o espelho está sempre colocado em frente de cada uma das personagens, de cada um dos leitores, à própria Faye. Ou Rachel. É um espelho que interpela e se manterá depois da leitura deste “Kudos”, título retirado da palavra grega “kudos”, a remeter para o conceito de “reconhecimento” ou “louvor”.» [Isabel Lucas, ípsilon, Público, 24/5/19]


Mais informação sobre Kudos aqui: https://relogiodagua.pt/produto/kudos/

24.5.19

Sobre Tu Sabes que Queres: “Amante de Gatos” e Outros Contos, de Kristen Roupenian




Disponível em www.relogiodagua.pt e a chegar às livrarias: Tu Sabes que Queres: “Amante de Gatos” e Outros Contos, de Kristen Roupenian (trad. Alda Rodrigues)

“Amante de Gatos”, de Kristen Roupenian, foi em 2017 um dos dois contos mais lidos de sempre, tanto online como em papel, na The New Yorker. Tal sucesso deve-se, segundo o Washington Post, ao facto de o conto dar voz não ao leitor comum da publicação, mas a uma geração mais jovem.
Segundo a The Atlantic, o conto capta o medo das jovens mulheres a viver em 2017, o que, entre outras coisas, implica uma desesperante necessidade de ser boa e simpática a todo o custo.
Tu Sabes que Queres é uma coletânea que inclui esse e outros contos, onde Roupenian explora as conexões complexas e por vezes sombrias de género, sexo e poder.

“É, a par de Brokeback Mountain, o conto mais falado de sempre (...). Já suscitou inúmeras interpretações.”   [The Guardian]

“A autora domina a linguagem, as personagens e a história. Roupenian possui uma habilidade única de narrar histórias que temos a sensação de já ter ouvido, mas de um modo despretensioso e acessível, o que faz com que acreditemos que são verdade.”   [New York Times Book Review]

“Se achas que sabes como esta coletânea é, estás enganado. As histórias são perspicazes e perversas, sombrias e bizarras, implacáveis e loucas. Gostei imenso de todas elas.”   [Carmen Maria Machado]

“O mundo faz bastante mais sentido depois de ler este livro.”   [Miranda July]

“Um objeto de estudo para homens e mulheres.”    [The Economist]


Tu Sabes que Queres será brevemente adaptado a série de televisão pela HBO.

Sobre Crónicas, de Bob Dylan




Bob Dylan chega a Nova Iorque em 1960, quando não completara ainda vinte anos. 
Os encontros que teve na tumultuosa e noctívaga Greenwich Village haveriam de marcar a sua vida. 
Bob Dylan recorda em Crónicas os seus encontros com músicos, produtores e artistas e os seus primeiros amores e fala-nos da desordenada biblioteca, descoberta em casa de um amigo e que foi essencial na sua formação, onde leu de Tucídides a Eliot. 
Há ainda a história da sua vida em Nova Orleães e Woodstock, onde a avassaladora fama, que o perseguiu como símbolo de uma geração, impediu a vida familiar que desejava ter com a mulher e os filhos. 
Crónicas fala-nos também da origem de várias canções de Dylan e das gravações de alguns dos seus álbuns. 
No conjunto, compõem um quadro íntimo e incisivo da vida de Dylan, inseparável da sua criação poética e musical.

«Se os teus olhos não se humedecerem de gratidão ao acabar de o ler, então, honestamente, os anos passaram por ti… Não me recordo de um livro que me tenha feito mais feliz do que este.»
[Bryan Appleyard, The Sunday Times (Londres)]

«Uma obra essencial, tão poderosa e palpitante como a “bíblia” de Dylan, Pela Estrada Fora, de Jack Kerouac (…). Ler este livro é como entrar na pele de um poeta, do poeta da nossa geração.»
[Kyle Smith, People]


Este e outros livros de Bob Dylan disponíveis aqui.