22.3.19

Sobre A Chama, de Leonard Cohen




«Leonard Cohen deixou-nos há cerca de dois anos, e seria fácil e banal dizer que, no entanto, vive nos seus poemas e canções. Não vive. Foi um mortal com uma missão, e cumpriu-a eximiamente: nunca se lamentar casualmente. O seu corpo deixou-nos, mas deixou-nos um notável corpo de trabalho, e não só. Legou-nos um arquétipo de dignidade e humildade, de sabedoria e espiritualidade. Um dicionário para o espírito, para viver a sublime beleza da escuridão, da melancolia e da tristeza, mas também a do amor e do prazer. Um guia de símbolos, de poemas e de canções para enfrentar a dureza da vida com honestidade e elegância. A Chama é o último sopro desse espírito, e vive. Cohen, lamentavelmente, não. Mas, em face dessa grande e inevitável derrota, manteve-se sempre, conforme se propôs, nos mais estritos limites da dignidade e da beleza, e deixou-nos A Chama como prova. A centelha moribunda é forte.» [David Calão, Comunidade Cultura e Arte, 20/3/2019. Texto completo aqui. ]

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