No âmbito da iniciativa Ano Agustina, mensalmente, ao longo de 2018, a Comunidade Cultura e Arte publicará uma crítica a um dos livros de Agustina Bessa-Luís, do catálogo reeditado pela Relógio D’Água.
No dia 31 de Julho foi publicado o texto de Bernardo Crastes sobre «Deuses de Barro»:
«A escrita de Agustina em Deuses de Barro é rica de uma forma quase académica. Tem exemplos perfeitos de recursos estilísticos, frases como «E aspirou na placidez da tarde morna um aroma subtil, um tanto acre, de liberdade, de desengano também», para além das antíteses recorrentes e já largamente mencionadas neste texto. Onomatopeias vão pontuando as descrições extensivas da vida campestre, carregadas de arcaísmos belos que musicalizam o texto e demonstram uma preocupação redobrada com a forma. Aprendemos muito acerca de Agustina aqui, denotando entusiasmo na sua escrita, uma narração intrometida que privilegia a análise por oposição à inferência por parte do leitor; análise essa que, para além de belamente escrita, espelha bem aquilo que imaginamos ser a realidade psicossocial rural dos idos anos 40.
(…) Inédita até 2017, [a obra] marca um início auspicioso que se afigura como o canteiro onde Agustina plantou a semente temática de obras posteriores e onde se deslindam já traços da sua escrita tão marcante.»
[Texto completo em https://www.comunidadeculturaearte.com/ano-agustina-deuses-de-barro-explora-o-antagonismo-na-vida-rural/ ]
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