No âmbito da iniciativa Ano Agustina, mensalmente, ao longo de 2018, a Comunidade Cultura e Arte publicará uma crítica a um dos livros de Agustina Bessa-Luís, do catálogo reeditado pela Relógio D’Água.
No dia 29 de Abril foi publicado o texto de Lucas Brandão sobre «O Mosteiro»:
«As descrições que Agustina proporciona sobre o tempo, o espaço, as personagens e as circunstâncias entre estes três elementos enriquecem-se com o olhar atento e sentido de quem é do Douro. Algumas personagens partem, para rumos diversos e distintos, para lá da materialidade geográfica e metafísica. Ficam, porém, eternizadas na memória genealógica, retomada e recontada nos breves diálogos das personagens, pelas quais percorrem vibrações e seduções goradas e partidas. A roupagem dos anacronismos vêm o tempo seguir o seu natural decurso, aplaudindo no silêncio da emoção esquecida, do sentimento que nunca se tornou consolidado. A proeza do mosteiro permanece como o rosto de São Salvador, nas covas que o Douro saúda à distância do que banha. No seu interior, permanece também o lastro das estórias e histórias do espaço religioso, que dá fundamento a que a escrita de Belche, de formação académica aprumada e estrangeirada, se desenvolva, ao mesmo tempo que permanece nas encruzilhadas dos amores dispersos.» [Lucas Brandão, Comunidade Cultura e Arte, 29/4/18]
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