Hugo Pinto Santos escreveu no «ípsilon» sobre «Descrição Guerreira e Amorosa da Cidade de Lisboa», de Alexandre Andrade:
«(…) este romance não vê baldados os seus esforços de equilíbrio de forças contrárias, nem se deixa invadir por brechas que comprometessem a sua estrutura, ou pudessem enfraquecê-lo sem conserto possível. Para a resistência dessa edificação não deixará, igualmente, de contribuir um factor que é comum a trabalhos prévios de Alexandre Andrade. O rigor da linguagem, como instrumento de precisão e investimento estilístico, a impecável urdidura dos segmentos, a montagem superior do todo. Sem ceder à tentação “preciosista” que poderia ter levado o estilo a suplantar o homem (parafraseando a máxima de Buffon), Descrição Guerreira conta com essa solidez de construção para que todos os elementos disruptivos — cavaleiros em demanda pelo Graal a dormirem em pensões lisboetas, a rainha Genevra (forma como se escrevia na Demanda do Santo Graal) em apuros pela cidade — sejam concorrentes, e não adversários, do conseguimento da ficção.» [16/2/2018]
De Alexandre Andrade a Relógio D’Água publicou também Benoni, O Leão de Belfort e Cinco Contos sobre Fracasso e Sucesso
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