10.4.17

Sobre Lincoln in the Bardo, de George Saunders







«Lincoln in the Bardo, o primeiro romance do escritor George Saunders (Amarillo, Texas, 1958), publicado nos Estados Unidos há menos de um mês, vai ter edição portuguesa pela Relógio D’Água.
Em menos de um ano, aquele que é um dos mais elogiados e criativos autores norte-americanos passa de inédito e quase desconhecido em Portugal para um dos autores mais disputados pelas editoras portuguesas. (…)
A Relógio D’água anuncia a publicação desse romance para os próximos meses de Maio ou Junho. A tradução será de José Lima e em português deverá chamar-se Lincoln no Bardo.
Passa-se num tempo muito diferente dos contos. Conhecido por ser um autor focado no quotidiano das classes média e baixa, que narra com recurso ao absurdo e a uma linguagem a desafiar clichés, Saunders situa este livro no século XIX, mais precisamente na morte do filho do presidente Abraham Lincoln. Estamos num cemitério, em Washington D. C., dominados pelo sentimento de perda, com Saunders a conseguir momentos de grande e devastador brilhantismo literário, com a consciência numa deambulação meio alucinada a deixar-se visitar por anjos e fantasmas. O homem na sua dor e na fantasia da sua mente.
Numa recente conversa com o Ípsilon, a propósito da publicação em Portugal de Pastoralia, Saunders contou que levou quatro anos a escrever Lincoln no Bardo, uma obra com menos recurso ao nonsense, mas onde a linguagem e a estrutura voltam a desafiar clichés. Fortemente influenciado por escritores como Raymond Carver ou David Foster Wallace, de quem foi amigo, George Saunders vai aos comportamentos subterrâneos para falar da essência.» [Isabel Lucas, Público, ípsilon, 7/4/17]

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