O
que pode acontecer quando a paixão pela roleta se cruza com a paixão pela
mulher amada?
É
esse conflito que Dostoievski aborda neste romance, memórias de um jovem que
faz parte do séquito de um general russo instalado em Roletenburgo, à espera de
uma herança que nunca mais chega.
Trata-se
de um grupo de personagens ligadas pela cupidez, a ambição, o fracasso, o amor
e a memória de faustos passados, vivendo um jogo de luz e sombra em que quase
nada é o que parece.
Há
um lado biográfico em O Jogador. Em 1863, quando viajava ao encontro de
Paulina Suslova, a grande paixão amorosa da sua vida, que vivia então em Paris,
Dostoievski, endividado e alucinado pelo enriquecimento súbito, tentou a sua
sorte nas roletas de Wiesbaden. Ganhou, perdeu, recuperou e retomou o caminho
para Paris.
Mas
na viagem que fez com Paulina procurou de novo as intensidades da roleta em
Baden-Baden, onde perdeu tudo o que tinha, incluindo o seu relógio e o anel de
Paulina. Inventou um sistema para ganhar que falhou em Bad Homburg, obrigando-o
a voltar sozinho a São Petersburgo.
No
ano seguinte, Dostoievski ditara em vinte e seis dias o seu romance O
Jogador a uma jovem estenógrafa, Ana Grigorievna, que viria a ser a sua
segunda esposa. [PVP: € 10,00]
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