Crise
das ideologias, crise dos partidos, individualismo desenfreado…
Este
é o ambiente em que nos movemos hoje, uma sociedade líquida onde nem sempre é
fácil encontrar uma estrela polar, mesmo que não seja difícil encontrar
estrelas e estrelinhas.
Nesta
sociedade tornam-se habituais as máscaras dos políticos, as obsessões
mediáticas de visibilidade que a quase todos parece atingir, a relação
simbiótica com os telefones mais ou menos inteligentes, a ausência de cortesia
nas relações. São estes aspectos e muitos outros que Umberto Eco aborda neste
livro publicado após a sua morte em Fevereiro de 2016.
É uma
sociedade a que já Zygmunt Bauman chamou «líquida», em que a ausência de
sentido prevalece sobre a racionalidade, com evidentes efeitos cómicos mas
também com consequências que não são propriamente tranquilizadoras.
Confusões,
desconexões, torrentes de palavras muitas vezes próximas do lugar-comum. «Pape Satàn, pape Satàn aleppe!», dizia
Dante [no Inferno VII, 1], convocando prodígios, dores, iras, ameaças e
talvez ironias.
Pape Satàn
Aleppe é um livro póstumo
de Umberto Eco, reunindo textos que publicara em vida e que preparava para
edição antes da sua morte, ocorrida em Fevereiro de 2016.
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