«Voltando aos seus escritos, agora que sou mais velho do que ele
era em 1571, surpreendo-me porque aprecio quase tudo: a auto-análise, mesmo nas
suas complacências; a modéstia, mesmo quando por boa educação; a intenção de
“nada afirmar audaciosamente, nada negar irreflectidamente”, tão contrária à
minha educação; a vida entendida enquanto “cosa mentale”; o cepticismo face às
doutrinas que nos dizem como viver bem; o temperamento sossegado e equilibrado
que me dizem ser o meu; a escrita toda em digressões e anotações; a recusa da
amargura mesmo no abatimento; e, acima de tudo, a divisa “que sais-je?”, que sei
eu?, uma pergunta de bibliófilo, tão indispensável quanto inútil.» [Pedro
Mexia, Expresso, E, 30-07-2016]
12.8.16
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