A descoberta
fictícia de um pergaminho carbonizado nas ruínas da antiga cidade romana de
Herculano leva Steiner a interpretar o texto original, atribuído a Epicarno de
Agra. E desse modo dá-nos uma síntese das suas preocupações essenciais e da sua
visão do mundo.
Steiner
reflete sobre a eloquência do silêncio (aquilo que não é expresso na poesia e
na filosofia), as virtudes da amizade em comparação com as intensas mas
efémeras do amor, sobre o potencial da educação e a raridade do talento, a
realidade ontológica do mal, a omnipotência do dinheiro, os perigos da religião
e a transcendência da música.
Estes
aforismos luminosos, na tradição de Heraclito, podem ser lidos como outros
tantos fragmentos de um autorretrato.
No final,
Steiner aborda a questão do envelhecimento. O tempo de vida tem aumentado, mas
muitas vezes a decadência das capacidades físicas conduz o ser humano à
indignidade. Steiner elogia o suicídio e a eutanásia como caminhos difíceis mas
possíveis para a liberdade.
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