«Da
magnífica residência dos Sackville-West, o castelo de Knole, Virginia faz a
moldura da sua biografia fantástica; de Vita, herdeira de uma das maiores
famílias de Inglaterra, o modelo do seu herói. Homem e depois mulher, mas
sobretudo homem e mulher, Orlando poderia ter saído com todas as suas armas do
cérebro do Aristófanes do Banquete (…) Virginia Woolf não se sente
apenas tentada pela originalidade antropológica de Orlando. O que a interessa
no personagem é a inumerável variedade de combinações possíveis que permite a
ausência das obrigações humanas habituais. (…) Tesoureiro ou embaixador,
perseguidor de raparigas ou musa de espíritos apaixonados pela beleza,
melancólico ou exaltado, trocando as calças pelas saias ou refugiando-se na sua
tebaida de campo para escrever o seu poema, a sua natureza dupla presenteia-o
não com duas nem com dez, mas com cem vidas diferentes.» [Monique Nathan, em Virginia
Woolf]
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário