«O romance
abre com uma cena intrigante. Um homem e a sua filha percorrem o Tamisa num
pequeno barco sujo à procura de qualquer coisa, algo onde não é difícil ver uma
metáfora das condições sociais da era vitoriana. Aparece um cadáver, depois
identificado como o de um jovem que se preparava para herdar a fortuna do seu
pai. A condição era ele casar com uma rapariga de condição modesta a quem esse
golpe inesperado deixa sem nada. (…) Um certo grau de ambiguidade moral,
resultante não apenas de fingimento mas também de uma genuína capacidade de ter
sentimentos diferentes e contraditórios, dá profundidade a linhas narrativas
paralelas que se referem a dois pares de amantes, mas também a questões mais
amplas, sociais, de forma bastante direta. Se é verdade que a história tem um
final “feliz”, o caminho até esse ponto faz-se com uma subtlieza e uma
convicção que, mesmo para os incondicionais de Dickens, tornam especial este
romance.» [Luís M. Faria, Expresso, E, 22/01/2016]
25.1.16
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