«O fim do
mundo ou o princípio de um mundo melhor?
Eco opõe os
apocalípticos, elitistas, aristocráticos e defensores do statu quo, para quem o
conceito de “indústria cultural” é abominável e a cultura de massas representa
representa a degeneração irreparável da Alta Cultura, aos integrados, que
entendem que os meios de comunicação de massas, ao colocarem “os bens culturais
à disposição de todos”, mesmo que à custa de alguma simplificação e banalização,
prestam um serviço inestimável à humanidade. Esta oposição voltou a ganhar
plena actualidade na polémica entre os que vêem na Internet o maior adversário
do mundo sofisticado da Alta Cultura e um imenso lodaçal de vulgaridade e
exibicionismo, e os que vêem nela a plena democratização do acesso à cultura e
a possibilidade de cada um poder criar e distribuir os seus produtos culturais.
Curiosamente, Eco assumiu recentemente uma posição neste debate que o remete
inequivocamente para a barricada apocalíptica, ao afirmar, em Junho de 2015,
que “o drama da Internet é que promoveu o idiota da aldeia a detentor da
verdade”.» [José Carlos Fernandes, Time Out, 16/9/15]
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