5.5.15

Sobre Carta a Um Refém, de Antoine de Saint-Exupéry





«Mais do que uma epístola em sentido estrito, a Carta a Um Refém é um manifesto épico do autor, no qual se defende o primado do “respeito pelo homem”, uma “chama espiritual” pronta a iluminar o resgate dos “quarenta milhões de reféns” franceses, fechados “nas caves da opressão” nazi. Evocando os vários silêncios do deserto, por ele experimentados no Sara, Saint-Exupéry procura uma definição para a “substância” do que é ser-se humano. Encontra-a, primordialmente, no “desejo cego de um certo calor”, que permite ao homem prosseguir “de erro em erro”, no “caminho que conduz ao fogo”. O autor começa por recordar a sua passagem por Lisboa – “paraíso luminoso e triste” – em dezembro de 1940, onde entreviu refugiados ricos arrastando-se no Casino Estoril como fantasmas.» [José Mário Silva, Expresso, E, 2-5-2015]

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