30.4.15

Sobre A Senda Estreita para o Norte Profundo, de Richard Flanagan




«A Senda Estreita para o Norte Profundo é um relato de barbárie. No início dos anos 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão começou a construir uma via-férrea entre o Sião e a Birmânia, ou seja, entre os países hoje conhecidos por Tailândia e Myanmar. É então que Dorrigo Evans, jovem cirurgião australiano, se torna o prisioneiro n.º 335 do campo que forneceu duzentos mil homens, um terço dos quais ocidentais, para trabalharem como escravos na Ferrovia da Morte. Flanagan descreve o horror (vivissecção de prisioneiros, por exemplo) sem piruetas semânticas, numa escrita limpa de enxúndia. A primeira frase dá o tom: «Porque é que no começo das coisas há sempre luz?» Isento de auto-complacência, o romance ficciona a vida do pai: infância, aventuras amorosas, paixão, casamento, adultério, a guerra, escravo dos japoneses, a Linha («desmontada e vendida à peça» no fim do conflito), o Japão submerso em poeira radioactiva, os americanos, libertação e regresso à Tasmânia. Uma epopeia admirável.» [Eduardo Pitta, no blogue Da Literatura, a propósito da crítica a A Senda Estreita para o Norte Profundo, de Richard Flanagan, na revista Sábado, 23/4/15]

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