«Tais pessoas eram capazes
de sonhar, mas incapazes de governar. Destruíam as suas vidas e as dos outros.
Eram tolas, fracas, fúteis, histéricas; mas, por trás de tudo isto, ouve-se a
voz de Tchékhov: abençoado o país que soube gerar este tipo humano. Eles
deixavam escapar as ocasiões, evitavam agir, não dormiam à noite inventando
mundos que não sabiam construir; mas a própria existência dessas pessoas cheias
de uma abnegação apaixonada e fervorosa, de pureza espiritual, de elevação moral,
o simples facto de essas pessoas terem vivido e talvez ainda viverem hoje,
algures, na implacável e reles Rússia actual é uma promessa de futuro melhor,
para todo o mundo, porque, de todas as leis da natureza, a mais maravilhosa, é
talvez a da sobrevivência dos mais fracos.» [Do Prefácio de Vladimir
Nabokov]
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