A Morte de
Virgílio é um dos
maiores romances do século xx, uma
vasta meditação lírica que exprime inquietação sobre a morte, o sentido da vida
e a possibilidade de conhecer o mundo.
Construído
com um monólogo interior em que se entrecruzam tempos e espaços, o livro tem um
estilo em ruptura com as normas narrativas tradicionais.
Foi a própria
morte do poeta Virgílio que serviu de ponto de partida à elaboração desta obra
de concepção sinfónica. Virgílio morreu aos 51 anos, em Brindisi, a 21 de
Setembro do ano 19 a. C., no regresso de uma viagem à Grécia, onde contraíra
malária. Desiludido com o seu tempo, quis, no decurso dos seus últimos dias,
destruir o manuscrito da Eneida.
O livro
começa com a chegada da frota romana ao porto de Brindisi, levando consigo o
poeta já moribundo, enquanto em terra se preparam os festejos que hão-de
acolher o imperador.
«A Morte
de Virgílio, uma das obras maiores do nosso tempo, tenta vitalizar a
linguagem através da lógica contrapontística e das simultaneidades dinâmicas da
música. Mais radicalmente do que Joyce, Broch subverte a organização temporal e
a progressão linear sobre as quais a ficção em prosa habitualmente se constrói.
O seu estilo tem um sortilégio inquietante. (…) A escrita contemporânea ainda
mal começou a explorar as sugestões de Broch.» [George Steiner, em Literatura
e Pós-História]
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