«Tudo
se passa na província canadiana de Ontário, nos anos 1940-50. Quando foi
publicado, na ressaca do movimento hippie, o feminismo militante torceu o nariz
ao prosaísmo das vidas comuns que Munro tão bem descreve. A placidez da
paisagem canadiana “encaixava” mal na efervescência de um mundo em acelerada
mudança. Mas a autora perseverou, nunca se desviando das suas raízes e
convicções. Tão importante como o domínio dos recursos narrativos, que a
passagem do tempo matizou com a pátina do classicismo, foi a coerência interna
da obra que a impôs de forma categórica. Uma fina ironia perpassa em frases de
antologia (…). Uma palavra final para a forma objectiva, porém subtil, como a
autora trata o tema do sexo. Admirável.» [Eduardo Pitta, no blogue Da Literatura,
a propósito de texto publicado na revista Sábado]
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