No suplemento Atual do Expresso de 18 de
Janeiro, Luís M. Faria faz uma crítica à nova tradução de Ulisses, feita
por Jorge Vaz de Carvalho: «Ulisses pertence à categoria dos livros que,
não sendo impossíveis de traduzir, o são quase. Em português de Portugal
existia uma única versão, feita há décadas e muito criticada. No Brasil há
outras três. Esta que agora surge na Relógio D’Água promete ser referência
durante bastante tempo. É trabalho de Jorge Vaz de Carvalho, um poeta, ensaísta
e tradutor igualmente com atividade noutras áreas artísticas.»
Em entrevista no Atual a Jorge Vaz de Carvalho:
«Quando o convidaram para fazer esta tradução, aceitou logo.
Sim. Conhecia há muito o Ulisses e fui sempre convivendo com
ele. Não apenas o dei na faculdade como, durante o meu doutoramento, estive num
seminário magistral sobre ele dado pelo professor António Feijó. Li-o várias
vezes, mesmo em italiano, quando vivi fora. No entanto, quando se trata de
passar à língua portuguesa um lviro destes, por mais fresco que esteja, começam
dificuldades de que nem suspeitamos.
Tinha alguma secção preferida?
A do Joyce era a Ítaca…
A do “catecismo”.
Sim. E é a minha preferida também.
Foi aliás o tema do meu trabalho para o António Feijó. É um
capítulo verdadeiramente extraordinário. O Ulisses, como toda a gente sabe, é o
livro da rutura absoluta com os cânones da ficção, sobretudo oitocentista.
Aquele tipo de pergunta-resposta, no fundo, é o tipo de perguntas e respostas
que o autor faz a si próprio quando tem de descrever, anrrar, formular diálogos…»
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