No Diário
de Notícias de 20 de Janeiro, Joana Emídio Marques conversou com António Carlos
Cortez a propósito do seu último livro de poesia, O Nome Negro: «António
Carlos Cortez recusa fazer de conta que não se insere numa tradição poética e
num tempo que já foi contado e cantado por outros. Faz-se acompanhar de Camões,
de Sá de Miranda, de Cesário Verde, de Ruy Belo, de Gastão Cruz e recusa a
atual poesia portuguesa que “sendo levada ao colo pelos media” e “sabendo
criar dispositivos de marketing” se impôs “fazendo tábua rasa de tudo o
que está para trás, fazendo tábua rasa da linguagem e resumindo a poesia a
narrativas do quotidiano”. (…)
O Nome
Negro nasceu de um
verso “roubado” a Herberto Helder, onde se pensa sobre “as palavras como um
buraco negro que suga impiedosamente o real”, explica o poeta antes de explicar
que “a poesia tem de ter uma dimensão de choque. Não tem de ser simpática, salvífica.
Pois o poema é a tentativa de resgatar o que já se perdeu. É uma obsessiva
procura de dizer o real sem nunca o conseguir.”»
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