18.12.13

Sobre As Longas Tardes de Chuva em Nova Orleães, de Ana Teresa Pereira





No suplemento Atual do Expresso de 14 de Dezembro, José Mário Silva escreveu sobre As Longas Tardes de Chuva em Nova Orleães, de Ana Teresa Pereira: «As atmosferas são as mesmas, o que se passa no interior das personagens, apesar de todos os ecos e simetrias, é sempre diferente. E o desenlace também. Desta vez, numa trama que mais para o fim se aproxima das ambiguidades identitárias de Inverness (2010), há algo que se quebra e se perde. Lá onde os atores exibem “os ossos” e arriscam mostrar tudo o resto (“a sua ternura e a sua dignidade, e a sua embriaguez, e o seu desespero”), um gesto de recusa separa a ficção da realidade. O que unia as personagens, o que as distinguia dos demais, era algo de muito frágil, “como o fio de uma teia de aranha”. Ser outro é um processo “delicado” que de repente pode “desfazer-se no ar”. Subtil, Ana Teresa Pereira mostra-nos, em surdina, essa impalpável tragédia.»

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