«Tive
imediatamente a impressão de que não se tratava de um talento comum, mas de um
génio.» [Max Brod]
De Kafka, a Relógio
D’Água tem publicados O Castelo, O Desaparecido, Contos
(com selecção e prólogo de Jorge Luis Borges), Carta ao Pai e A
Metamorfose (prefácio de Vladimir Nabokov).
«Prestemos
atenção ao estilo de Kafka. Na sua claridade, no seu tom preciso e formal, em
agudo contraste com o assunto tenebroso do conto. Não há metáforas poéticas a
adornar esta severa história a preto-e-branco. A nitidez do seu estilo sublinha
a riqueza perversa da sua fantasia. Contraste e unidade, estilo e assunto, trama
e forma, alcançam aqui uma coesão perfeita.» [Do Prefácio de Vladimir Nabokov]
«A
elaboração, em Kafka, é menos admirável que a invocação. Homens, há apenas um
na sua obra: o homo domesticus — bem judeu e bem alemão —, sequioso de
um lugar, mesmo que o mais humilde, numa qualquer Ordem; num universo, num
ministério, num asilo de loucos, na prisão. O argumento e o ambiene são o
essencial; não as evoluções da fábula nem a penetração psicológica. Daí a
primazia dos seus contos sobre os seus romances; daí o direito a afirmar que
esta antologia de contos nos dá integralmente a medida de tão singular
escritor. [Do Prólogo de Jorge Luis Borges]
Kafka começou
a escrever O Castelo na noite de 22 de Janeiro de 1922, dia em que
chegou à montanha de Spindlemühle, na actual República Checa. Morreu antes de
terminar a obra que foi publicada em 1926 pelo seu amigo Max Brod, que
felizmente não cumpriu o pedido de Kafka para destruir todos os seus
manuscritos. Este último romance de Kafka narra a história de um homem e da sua
ineficaz luta contra uma autoridade, misteriosa e impenetrável. É ela quem
dirige o castelo que governa a aldeia onde K. chegou para trabalhar como agrimensor.
Apesar de Kafka considerar O Castelo um falhanço, a crítica reconheceu-o
como o seu principal romance e um dos maiores de todo o século XX.
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