«Em A Rapariga sem Carne já
não é a mulher-anjo dos românticos que faz a sua aparição, mas uma mulher à
qual, de certa forma, já não é possível aplicar um qualificativo tão
derradeiro. Se alguma filiação se pretendesse procurar, talvez se pudesse
detectá-la no Baudelaire de “Hino à Beleza” — “Mas que venhas do céu ou do
inferno, que importa, / Beleza! Monstro ingénuo, assustador, excessivo!” A
figura feminina da novela de Jaime Rocha pertence a um lugar onde o horror, a
infecundidade, a aspereza de um belo letal mas irresistível compelem como “um moribundo
a afagar o sepulcro”.» [Hugo Pinto Santos, Colóquio/Letras, n.º 183, Maio de
2013]
20.5.13
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