20.5.13

Sobre A Rapariga sem Carne, de Jaime Rocha



 

«Em A Rapariga sem Carne já não é a mulher-anjo dos românticos que faz a sua aparição, mas uma mulher à qual, de certa forma, já não é possível aplicar um qualificativo tão derradeiro. Se alguma filiação se pretendesse procurar, talvez se pudesse detectá-la no Baudelaire de “Hino à Beleza” — “Mas que venhas do céu ou do inferno, que importa, / Beleza! Monstro ingénuo, assustador, excessivo!” A figura feminina da novela de Jaime Rocha pertence a um lugar onde o horror, a infecundidade, a aspereza de um belo letal mas irresistível compelem como “um moribundo a afagar o sepulcro”.» [Hugo Pinto Santos, Colóquio/Letras, n.º 183, Maio de 2013]

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