A dominação masculina está de tal modo inserida no nosso inconsciente
que deixámos de nos aperceber dela.
A descrição etnográfica da sociedade cabila, expressão cristalizada do
inconsciente mediterrâneo, fornece um instrumento poderoso para pôr em causa as
evidências e analisar as estruturas simbólicas desse androcentrismo que
persiste nos homens e mesmo nas mulheres dos nossos dias.
Mas a descoberta da persistência dessas estruturas coloca o problema de
saber quais são os mecanismos e as instituições, família, Igreja, Escola,
Estado, que asseguram a sua reprodução, e suscita a interrogação: será possível
neutralizá-las para libertar as forças de mudança?
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