No suplemento
Atual, do Expresso de 16 de Março de 2013, José Mário Silva
escreveu sobre É assim Que A Perdes, de Junot Díaz: «O magnífico novo
livro de Junot Díaz continua a contar-nos a vida de uma personagem fascinante,
um dominicano perdido nos labirintos do amor. (…) Díaz chegar a ser genial
neste tipo de detalhes, que resumem tudo numa frase ou numa expressão. Lemos
“Grandes nuvens brancas paradas no céu, gente a lavar carros com mangueiras,
música na rua” e não é preciso mais para imaginarmos um bairro latino.
Depois de o amante sair, uma mulher vê que no lavatório “os pelos da barba dele
estremecem sobre gotas de água, agulhas de bússola”. De regresso à ilha para
visitar a família, uma dominicana pousa os presentes sobre os joelhos, “como se
levasse ali os ossos de um santo”. Quem a observa é Yunior, que viaja no mesmo
avião, a tentar desesperadamente reconciliar-se com uma namorada. Ele avisa
logo que “ se isto fosse outro tipo de história”, falaria de Santo Domingo, do
mar com “aparência de prata rasgada” e da rua onde nasceu, ainda indecisa sobre
“se quer ser um bairro de lata ou não”. Nada disso acontece porque o “tipo de
história” que Yunior nos pretende contar gira praticamente em torno de um único
tema: a sua infidelidade compulsiva.»
19.3.13
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