Na sua crónica
«O que dizem os poetas» de 20 de Dezembro de 2012, no Diário de Notícias,
Viriato Soromenho-Marques escreve: «Quando daqui a muitos anos alguém fizer a
história da crise europeia, um dos registos que sobreviverá à erosão do tempo
será o livro de poemas de Hélia Correia, A Terceira Miséria (Relógio D’Água,
2012). Os poetas dizem as coisas improváveis, mas essenciais. Conheci este
livro pela mão de Maria de Sousa, uma cientista com quem o país contraiu uma dívida
que jamais poderá saldar. Como tudo o que é fundamental, o verdadeiro
conhecimento, seja científico ou poético, está para além da “esfera de transacções”.
Hélia Correia fala-nos da Grécia e da Alemanha. Do país onde amanheceu o
Ocidente. E do país que, no último século, parece condenado à maldição de
conduzir a Europa à sucessiva encenação do seu crepúsculo. A poetisa convoca Hölderlin,
Nietzsche, a II Guerra Mundial, mas canta-nos sobretudo a espessa vitória do
esquecimento sobre essa memória que é a nossa única linha de defesa contra a
repetição da barbárie.»
21.12.12
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