Na edição de
Dezembro da revista Ler, José Mário Silva escreve sobre O Próximo
Outono, diário de João Miguel Fernandes Jorge com Pedro Calapez: «A prosa é
magnífica, sólida, estilisticamente impecável, envolta numa certa aura de
superioridade que JMFJ nem disfarça. Exemplo: “O gato começou a miar. Não deve
ter gostado de Horowitz. Os gatos também têm mau gosto.” Muito do que é dito, é
dito de forma cifrada, com iniciais a esconderem identidades. Algumas passagens
tornam-se crípticas. Outras, as melhores, iluminam a página com a força da
inteligência; ou então com um lirismo sempre controlado (e ainda assim capaz de
arrebatamentos). Sobre as obras de Pedro Calapez, JMFJ fala em “amontoado
harmónico”. Nas suas diferenças, as entradas do diário funcionam da mesma
maneira.»
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