No Atual
do Expresso de 15 de Dezembro de 2012, Clara Ferreira Alves escreve
sobre Anna Karénina e Tolstoi:
«O que torna
o romance (1874-76) de Lev Tolstoi inesquecível e tão carregado de elogio, ao
ponto de ser considerado o romance mais perfeito de todos os tempos (lá vem o ranking),
o que o torna o livro preferido de Dostoievski, Faulkner ou Nabokov, não é o
drama conjugal e extraconjugal da senhora, é a reflexão psicológica que
anuncia. A reflexão psicológica veiculada na narrativa pela corrente de consciência,
traço da modernidade. O que interessa não é o drama, o amor, o ciúme, bem escritos
e descritos. O que interessa é a intensidade da avaliação que as personagens
que acompanham esta aventura fazem da sua situação e da situação da sociedade,
do tempo e do lugar onde se encontram. A Rússia. E neste palco cruzam-se, por
via de reflexões paralelas, várias personagens que compõem uma ópera, ou uma
tragédia operática, onde as consequências dos atos transcendem os atos.»
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