O escritor
brasileiro Dalton Trevisan, 87 anos, recebe hoje no Rio de Janeiro o Prémio
Camões, o maior galardão de Língua Portuguesa, no valor de 100 mil euros.
O escritor conhecido como “O Vampiro
de Curitiba”, título de um livro seu editado em 1965, não estará presente na
cerimónia que se realiza às 18:30 locais (20:30 de Lisboa), sendo representado
pela sua editora Sônia Jardim.
A entrega do prémio coincide com o
lançamento em Portugal, pela Relógio D’Água, de três obras do autor, a saber: O
Vampiro de Curitiba (com prefácio de J. Rentes de Carvalho), Novelas
nada Exemplares, e A Polaquinha. Em 1984 a editora publicara já Cemitério
de Elefantes, com prefácio de Fernando Assis Pacheco
A escolha de Dalton Jérson Trevisan
para o Prémio Camões 2012 foi unânime e segundo o júri “significa uma opção
radical pela literatura enquanto arte da palavra”.
O presidente do júri, Silviano
Santiago, referiu as “incessantes experimentações [de Dalton Trevisan] com a
Língua Portuguesa, muitas vezes em oposição a ela mesma” e sublinha “a sua
dedicação ao fazer literário, sem concessões às distracções da vida social e
pessoal”.
Entre 1946 e 1948, o escritor editou
a revista Joaquim, que reunia ensaios e contos de autores como Mário de
Andrade e Carlos Drummond de Andrade, além de traduções de Franz Kafka e Marcel
Proust.
O Anão e a Ninfeta (2011) é o último livro de Dalton
Trevisan, tendo recebido o Prémio Portugal Telecom na categoria de conto.
Enquanto Trevisan se esconde em sua
casa, em Curitiba, os seus contos adquirem uma crescente divulgação, com
traduções para inglês, espanhol, francês e italiano.
As histórias de Trevisan foram
adaptadas para a televisão e cinema, no Brasil e na Hungria. No Brasil, a
adaptação para o cinema de Guerra Conjugal, de 1969, do realizador
Joaquim Pedro de Andrade, recebeu o prémio de melhor filme e melhor realizador
em festivais nacionais, além de uma menção honrosa no Festival de Barcelona.
No ano passado, o autor recebeu o
Jabuti — o maior prémio literário brasileiro — na categoria de contos e
crónicas, com o livro Desgracida. Este ano venceu o prémio de literatura
Machado de Assis 2011, conferido pela Academia Brasileira de Letras.
Em 2013 serão
publicadas pela Relógio D’Água quatro obras de Trevisan: Guerra Conjugal,
A Trombeta do Anjo Vingador, O Rei da Terra e Cemitério de
Elefantes.
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