Na revista Ler de Abril, José Mário Silva fala da «voz que não se ouve», a propósito de Vejo Uma Voz, de Oliver Sacks: «O livro que a Relógio D’Água acaba de editar, Vejo Uma Voz, leva-nos, como o subtítulo sugere, numa “viagem ao mundo dos surdos”. Não deixando de se deter sobre os aspectos neurológicos do problema e sobre a evolução do lugar ocupado pelas pessoas com défices auditivos na sociedade, Oliver Sacks interessa-se sobretudo pelas várias formas de linguagem associadas à experiência da surdez, nomeadamente os vários tipos de língua gestual, que não apenas se tornam “a voz dos surdos” como têm uma complexidade (ao explorar, por exemplo, a dimensão espacial) e uma autonomia evolutiva em relação às línguas faladas que fazem delas o instrumento de uma cultura específica, em nada inferior à cultura oficial dos falantes.»
Carlos Câmara Leme atenta na «última aula» de José Gil, a obra A Arte como Linguagem: «O que nos diz José Gil neste A Arte como Linguagem (Relógio D’Água, editora que tem publicado toda a obra do ensaísta)? Ancorado nas noções da imanência (realidade) e na fenomenologia (a descrição da experiência vivida da consciência na perspectiva de Husserl), mostra que, por mais abstractas que sejam as experiências artísticas de Malevich ― seja no domínio preto=nada ou do branco=tudo ou nas suas formas utilizadas, como o quadrado ―, “não há possibilidade de fazer da linguagem artística uma metalinguagem que fale de si própria e que fale das outras linguagens”.»
No seu «Diário de Ocasião», Francisco José Viegas elogia Camilo Castelo Branco: «Camilo talvez seja o nosso grande romancista. E humorista. Romântico, dramático, trágico, satírico, de ir às lágrimas e de chorar de rir. (…) O realizador chileno Raúl Ruiz escolheu Mistérios de Lisboa para filmar e quer continuar com O Livro Negro do Padre Dinis, outra obra romântica fantástica com um pouco de O Monte dos Vendavais.
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