«Nesta obra em fuga de si mesma, Djaimilia parece buscar o que subsiste de “uma coisa que esteve para ser e não foi”. Essa coisa tanto pode ser a ideia de um livro assumidamente sem fim (resposta a um outro, inexistente) como a própria matéria da vida, com todas as suas perdas e vacilações. Mesmo quando se suspende e vagueia, mesmo quando hesita e recua e volta a avançar, o “Livro da Doença” não esconde a sua aspiração: a de ser um livro total, um livro que pretende abarcar tudo (“Quanto mais o livro cresce, menor o mundo para lá dele”).
Aspiração impossível, claro, porque ao expandir-se se vai tornando um sopro, rarefaz-se, estica tanto os seus limites que logo implode, logo se dissolve. O prodígio é o modo como a linguagem acompanha esse movimento […].» [José Mário Silva, E, Expresso, 10/1/2025: https://expresso.pt/revista/culturas/livros/2025-01-09-livros-em-livro-da-doenca-djaimilia-pereira-de-almeida-faz-do-luto-literatura-19b02245]
Livro da Doença e outras obras de Djaimilia Pereira de Almeida estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/djaimilia-pereira-de-almeida/
Sem comentários:
Enviar um comentário