7.6.24

Sobre Democracia, de Alexandre Andrade

 



«Doze pessoas com vagos laços de amizade, mas fundamentalmente unidas em resultado de um emaranhado de acasos, encontram-se numa casa em Lisboa, ao Largo do Rato. Como se percorressem uma linha desviada algures do caudal central da Historia, estes convivas fortuitos pretendem contrariar o tumulto e  o excesso informativo, a propulsão imparável dos acontecimentos através da efabulação. A cada interveniente passaria a caber o relato de uma dúzia de narrativas. As listas, em enumerações cuidadas e rigorosas, que percorrem com segura insistência o tecido geral da narrativa — e a particularidade de cada narrativa —, parecem responder a um certo impulso de volúpia. Mas, além dessa pertença à esfera da satisfação e do sensorial, talvez obedeçam a uma estratégia de organização do caos. Agentes de apaziguamento e harmonia, as listas? Assim parece: dispor e elencar de forma racional e lógica torna-se uma forma de contrariar a entropia e o vazio.

O PREC constitui um enquadramento ideal: congrega em si tanto de entusiasmante como de ruidoso (no sentido de entrave à comunicação). […].» [Hugo Pinto Santos, ípsilon, Público, 7/6/2024: https://www.publico.pt/2024/06/06/culturaipsilon/critica/democracia-alexandre-andrade-processo-alegorico-curso-2091741]


Democracia e outras obras de Alexandre Andrade estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/alexandre-andrade/

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