«Não se escreve melhor porque se escreveu muito. Às vezes, vou surpreender nas páginas antigas assinadas pelo meu punho um tom perfeito em que a imaginação ronda como uma madrinha incapaz de envelhecer e de perder a razão. A razão é a mesma, a coberto das longas provações das decepções, da experiência, de tudo.
Mas, se há um progresso na arte de escrever, ele deriva de um solitário voto de castidade, talvez. De reduzir a um simples detalhe o coração humano, fora das suas obrigações de palpitações e de vida.
Sempre me seduziu pôr em causa o mais profundo do sentimento. Como se o tempo não passasse e os costumes não mudassem.» [p. 28]
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