20.3.24

Sobre Sonata para Surdos, de Frederico Pedreira

 


«A aproximação que  [Francisco] faz ao mundo, deambulando por Lido e por Veneza, é sempre uma aproximação distanciada, com um “olhar alheado, embora um tanto interessado”. Um olhar a que podemos dar o nome de literário, que vê “o mundo feito de folhas arrancadas a um romance”, e que constitui o terreno fértil onde o escritor Frederico Pedreira pôde plantar o que de melhor costuma oferecer a sua prosa. [...]

É através desse jogo [de memória] que Francisco vai tentando descobrir-se. Isso manifesta-se, por exemplo, na sua obsessão pela reconstituição do ano de 1990, ano em que o seu pai tinha a idade que ele tem agora. Numa das passagens mais tocantes do livro, Francisco emociona-se ao escutar inadvertidamente a canção One More Night, de Phil Collins, que o transporta à infância [...].

Frederico Pedreira não corresponde, certamente, à categoria que costuma invadir algumas conversas de café e a que normalmente se dá o nome de escritor fácil: a história é contada através da citação de autores, de paráfrases nem sempre explicitadas, de analogias, propostas de teses, e metaforizações de silêncios.» [Guilherme P. Henriques, Observador, 17/3/2024: https://observador.pt/2024/03/17/frederico-pedreira-e-as-seis-maos-da-sonata-para-surdos/]


Sonata para Surdos e outras obras de Frederico Pedreira estão disponíveis em https://www.relogiodagua.pt/autor/frederico-pedreira/

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