11.12.23

Sobre Perturbação, de Thomas Bernhard

 



«“O ser humano não existe”, diz-se em “Perturbação” (1967), “se não possuir a sua catástrofe”. E são muitas as catástrofes que fazem existir as personagens deste romance, seja a “aversão” aos seus semelhantes, o desgosto com a política e a modernidade ou a incomunicabilidade e a ausência de sentido, componentes da ética da negatividade de Thomas Bernhard.

Os protagonistas, um médico numa região campestre e um príncipe latifundiário, não escondem a condição de homens misantropos e difíceis. Mas às suas vozes e consciências somam-se as dos filhos de um e de outro. E o discurso confunde-as, as falas sobrepõem-se, boicotam a cronologia, de modo que, a certa altura, o príncipe comenta uma carta que será escrita pelo filho quando ele, o príncipe, já estiver morto.» [Pedro Mexia, E, Expresso, 8/12/2023]


Perturbação, de Thomas Bernhard (tradução de Leopoldina Almeida), está disponível em https://relogiodagua.pt/autor/thomas-bernhard/

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